Saúde mental, um direito de todos, mas privilégio de alguns!
Bem-estar e segurança psicológica no espectro de diversidade e inclusão.
A discussão sobre saúde mental ganha força a cada ano, principalmente durante o mês de setembro, conhecido como Setembro Amarelo. Este movimento transcende suas fronteiras temporais, expandindo-se para além desse período específico. À medida que mergulhamos nesse tema, surgem novas perspectivas sobre como abordar a saúde psicológica com maior destaque e profundidade.
Para compreender plenamente a saúde mental, é crucial considerar as questões socioculturais e sociopolíticas que permeiam nossa sociedade. A interseccionalidade desses temas é fundamental, pois nos permite enxergar como diferentes grupos enfrentam diferentes desafios e opressões psicológicas. Por exemplo, as experiências de saúde mental de mulheres são moldadas por opressões mentais diferentes das dos homens, tornando a questão da saúde mental intrinsecamente desigual.
Expandindo essa discussão, podemos observar como o racismo, a LGBTfobia, a transfobia, gordofobia, etarismo, xenofobia e outros fenômenos criam barreiras ao acesso igualitário à saúde mental. A classe social também desempenha um papel significativo, tornando o acesso aos recursos de saúde mental um privilégio para alguns, especialmente para aqueles que vivem em condições socioeconômicas mais favoráveis.
Além disso, a saúde mental das pessoas com deficiência é uma questão frequentemente negligenciada. Essas pessoas enfrentam estigmas sociais, falta de acessibilidade e, por vezes, limitações físicas e/ou cognitivas que afetam sua saúde mental. A abordagem da Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), por exemplo, nos ensina a reconhecer pensamentos negativos e a desafiá-los, testando a sua veracidade, além de nos ajudar a identificar comportamentos disfuncionais e a desenvolver estratégias para enfrentá-los de forma mais positiva.
É essencial lembrar que o apoio emocional e prático da família, amigos, trabalho e comunidade desempenha um papel fundamental na promoção da saúde mental de todos, incluindo pessoas com deficiência. A busca por ajuda profissional, como a terapia com um psicólogo, é altamente recomendada e não deve ser motivo de vergonha, pois buscar ajuda é sinal de cuidado consigo mesmo e de bastante maturidade.
Em resumo, a saúde mental é um direito de todos, mas infelizmente, ainda é um privilégio para alguns. A interseccionalidade das opressões sociais cria pressões adicionais sobre diferentes grupos, tornando a sobrevivência uma prioridade em detrimento do bem-estar. No entanto, com a ajuda de profissionais capacitados e apoio da sociedade, podemos trabalhar para construir ambientes mais saudáveis, acolhedores e inclusivos que valorizem a diversidade em todas as suas formas.