Interseccionalidade e Diversidade: analisando os recortes sociais para entender a pluralidade e singularidade
Na Iteris, buscamos falar e discutir amplamente ações focadas na comunidade LGBTQIA+.
Para isso, contamos com as ações do nosso comitê de diversidade, com conteúdos riquíssimos, sempre trazendo agendas e ações para nosso calendário.
Com o tema Vivência LGBTQIAP+ – da existência à resistência na luta social, conversamos sobre o tema da interseccionalidade, como ela afeta as vivências e lutas das pessoas plurais. Mas, além disso, o que ainda podemos falar sobre esse tema?
Além de entender como as pessoas estão distribuídas entre os grupos sub-representados, é importante que se conheça a interseccionalidade atrelada a isso.
Se partirmos da premissa que cada pessoa é singular, independe do parentesco ou proximidade, cada indivíduo cresce, se desenvolve e constrói sua relação consigo e com o mundo de uma forma única e exclusiva, o que reforça o aspecto plural e singular de cada um.
Em uma analogia mais simples, é como se cada pessoa tivesse um grupo de peças de lego amplo e vasto no mundo, mas para cada um o conjunto de peças que forma o objeto escolhi, o eu, é diferente, porque cada peça foi encontrada em uma exploração singular do mundo.
Em suma, a singularidade dos indivíduos não se limita apenas a fatores comumente associados à diversidade, como orientação sexual, raça, cor, etnia, religião e gênero.
Mesmo nascendo na mesma região e criados sob a mesma tutela parental, as experiências individuais e o contato diferenciado com o mundo durante a formação e socialização conferem características únicas a cada pessoa.
Essas nuances psicossociais são fundamentais na moldagem de uma identidade diversa e plural para cada indivíduo.
Ao promover a diversidade e fomentar a inclusão entre diversos grupos, é importante reconhecer que muitos indivíduos são influenciados por múltiplos marcadores sociais.
Por exemplo, mulheres negras, pessoas trans negras, ou mulheres com deficiência apresentam interseccionalidades únicas em suas identidades. Essas intersecções resultam em experiências e características específicas, moldando tanto a autopercepção quanto a percepção do mundo ao seu redor de maneiras distintas e variadas, com intensidades e escalas diferenciadas.
É essencial considerar e valorizar essas nuances para uma abordagem verdadeiramente inclusiva e representativa da diversidade humana.
A interseccionalidade refere-se então à interação das diferentes dimensões de identidade e opressão que uma pessoa pode enfrentar.
Somos seres complexos, constituídos por uma variedade de identidades, como gênero, raça, etnia, orientação sexual, religião, classe social, habilidades físicas e mentais, entre outras. Cada uma dessas identidades pode afetar a forma como somos percebidos, tratados e as barreiras que enfrentamos.
Ao reconhecer a interseccionalidade, entendemos que a experiência de cada pessoa é única e influenciada por uma combinação de fatores.
Isso nos impulsiona a ir além de uma abordagem generalizada da diversidade, considerando as complexidades e as interações dessas identidades em nossas práticas e políticas.
Promover a reflexão sobre interseccionalidade requer uma perspectiva a sobre nossas ações e decisões.
Devemos reconhecer os privilégios que possuímos e trabalhar para reduzir as desigualdades e as barreiras que podem afetar certos grupos. Isso significa garantir que todos tenham voz, oportunidades de crescimento e participação equitativa em nossas equipes e projetos.
Além disso, devemos estar atentos às experiências únicas e desafios que as pessoas enfrentam devido às suas vivências e realidades distintas.
Isso envolve criar espaços seguros onde as pessoas se sintam confortáveis para expressar suas identidades, compartilhar suas perspectivas e serem ouvidas.
A inclusão genuína não se trata apenas de representatividade, mas também de permitir que cada pessoa traga sua autenticidade para o ambiente de trabalho.
Ao reconhecer e valorizar as pessoas, compreendendo as complexidades da camada de formação e construção social, enriquecemos nossa empresa com uma gama diversificada de talentos, perspectivas e experiências.
Ao criar um ambiente inclusivo e acolhedor para todas as pessoas, podemos impulsionar a inovação, a colaboração e o sucesso em todos os aspectos de nosso trabalho.
É importante que exista esse olhar para que a construção da cultura inclusiva no ambiente diverso leve em consideração a realidade e os impactos que o sistema opressor gera em todas as pessoas, nos seus mais diversos perfis e características.